O tempo é quem vai dizer
O que daqui pude fazer
Quarto crescente a me conter
No espaço confinado a ser
O véu de nuvem que passou
Levou teu rosto e dispersou
Tua lembrança que de mim
Calou o que era pra dizer.
Não vens, não vou, ninguém ali
No meio do caminho eu vi
Passou, passou, por ti, por mim
A hora certa antes do fim
Teu medo e meu grito maior
Diante do que faz a dor
Era somente pra espantar
O que vinha de ti sem dó.
Meu pesadelo era acordar
Sem tua imagem ao redor
Pairando livre pelo ar
Da casa aberta a te esperar.
Não vou, não vens, ninguém nos tem
O disparate, a perdição
Passou, passou, por mim, por ti
A hora acerta o nosso não.
Se mais uma só vez me perguntares
Eu só vou dizer
Que sim, que sim – não há talvez
É lua cheia a resplandecer. . .
Necka
10/02/2017
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