Enfim, é isso – enquanto vivemos, reinventamos um pouco o que
somos. Lapidamos, rompemos, podamos; às vezes regamos e conseguimos, com o
exercício, nos fazer florescer de novo. Enquanto vivemos, assistimos às muitas
mortes ao nosso redor e, ali, naqueles instantes vazios, procuramos luz, alguma
luz que paire ainda que breve. Ter vivido um tanto mais, apenas me torna mais
cansada das vezes todas em que coisas partem e mais faminta de tudo quanto
nasça puro. Entendo a necessidade do tempo em consumir, quase idêntica à
necessidade do tempo em semear, fazer florir. Ter andado um tanto mais, talvez
me tenha feito entender, ao fim de tudo, que a Noite é a única a encontrar luz
ao mesmo tempo em que agoniza.
Necka Ayala
16/01/2013
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