Voltei
à Lua. Não me restava mais nada. E ela me esperava como sempre, paciente, plena
e dona de toda força. Andava distante, eu, distraída com outras coisas, outras
belezas que jamais vingaram. Estive entregue aos ventos, mas eles, sempre
enfastiados, iam mais longe, sempre mais. Vaguei buscando o Sol que nada tinha
a dar, eternamente se pondo e raiando sem pertencer. Errei caminho e fui
alcançada pelas tempestades, sofrendo de infortúnios sem par. E até às asas
persegui sem sucesso – não foram minhas e quedaram-me lá do alto. Mas a Lua
esperou... mudando de fases, ficando ali, sentinela indesistente. Mirando a
tudo que eu mirava sem êxito, sem êxtase. Sorrindo o sorriso pálido, meio riso.
Abrindo a luz inteira de volta para alumiar meu rumo e eu, só transitando a
esmo. Toda vez que partia, ela encolhia-se num único fio aceso. Até que parei
de tentar e voltei a ela. Voltei nua, nada mais me restava, nada mais me
vestia. Nada me mascarava. E ela estava lá o tempo todo como fora, como era,
como é, toda ela minha.
Necka.
13/10/13
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