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domingo, 13 de outubro de 2013

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Voltei à Lua. Não me restava mais nada. E ela me esperava como sempre, paciente, plena e dona de toda força. Andava distante, eu, distraída com outras coisas, outras belezas que jamais vingaram. Estive entregue aos ventos, mas eles, sempre enfastiados, iam mais longe, sempre mais. Vaguei buscando o Sol que nada tinha a dar, eternamente se pondo e raiando sem pertencer. Errei caminho e fui alcançada pelas tempestades, sofrendo de infortúnios sem par. E até às asas persegui sem sucesso – não foram minhas e quedaram-me lá do alto. Mas a Lua esperou... mudando de fases, ficando ali, sentinela indesistente. Mirando a tudo que eu mirava sem êxito, sem êxtase. Sorrindo o sorriso pálido, meio riso. Abrindo a luz inteira de volta para alumiar meu rumo e eu, só transitando a esmo. Toda vez que partia, ela encolhia-se num único fio aceso. Até que parei de tentar e voltei a ela. Voltei nua, nada mais me restava, nada mais me vestia. Nada me mascarava. E ela estava lá o tempo todo como fora, como era, como é, toda ela minha.


Necka. 13/10/13

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