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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lua Azul


A fumaça pinta o teto de uma cor que não tem nome.
Tem teu peso esse suspiro cansado e inquieto.
E é como uma fome, um desespero desistido.
Me despeço do que andava cobiçando sem sossego.
Tenho um dos olhos fixo numa coisa que se alinha
Horizonte disperso, a lua azul acima não diz nada.
Outro olho se ocupa de medir os vãos dos passos,
Para que enxergar não seja a insanidade disfarçada.
Andava assim, aos trancos, perseguindo tua imagem...
Coisa nostálgica e bela, se esvaindo com o tempo.
E era minha a vontade tanto quanto teu, meu corpo.
E era quase que um vento teu respirar desmaiado.
Daqui a pouco adormece o manto azul da noite fria.
Mais fumaça se estende no concreto do silêncio. Quase branco.
Tem tua forma esse espaço que se alastra à minha volta,
O mesmo um que se anuncia ao abrir-se a porta.

Necka
Agosto, Um.
2015.



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