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sábado, 28 de janeiro de 2017

Dia 29

Se foram os bilhetes escritos nos espelhos e sua importância implícita: um romantismo que era belo pela leveza e serenidade que tinha. Se foi o caderno de capa dura e preta que guardava pequenas confissões diárias. E a troca de coisas poéticas que acontecia num Rio de Águas Mútuas. Se foi a soma dos 28 anos que era festejada num dia 29 de janeiro e que, neste ano, completaria os primeiros 8. Se foi a ludicidade do peixe indo para o aquário. E as varandas e as fotografias e as asas coloridas de dois anjos — um verde e um azul, e as mãos. Se foi a música brega que repetia diariamente . . . quer, quer, quer casar comigo . . . e as mais lindas canções caçadas para um ADD que se perdeu definitivamente. E o futuro que viria.

O futuro viria sim. Se houvesse a confirmação em vez da negação. A verdade em vez da mentira. A resposta em vez da omissão. A defesa ao direito de amar em vez da comodidade de não se posicionar. A coragem de crescer em vez da covardia em se esconder. A troca em vez do jogo. A cumplicidade em vez da traição. Mas cada um tem o direito pleno de escolher a cada uma dessas duas vias por onde vai andar. E anda. Anda até cair por um lado ou ascender pelo outro. Anda até desmoronar por um caminho frágil e datado, ou se fortalece e se eterniza ao ir pelo outro.

Escolhi andar pelo caminho mais difícil, da evolução da minha capacidade de exercer ao amor, a fé, ao crescimento, a evolução. Doei o que tinha a quem tinha, pois havia construído o que doar e me valia assim. Tudo o que fui só me engrandeceu. Tudo o que dei, só me acrescentou mais e mais. Tudo o que senti só me preencheu de mais e mais aptidão para sentir. Só é meu, aquilo que mais doei de mim.

Sinto muito pela infinidade de coisas que perde aquele que escolhe o oposto: a comodidade, a covardia, a mentira, o jogo, a traição. Sinto, porque me causa a sensação de lástima, de desperdício de vida, de ver seguir em marcha ré o que deveria andar para a frente. Sinto muito se só me causa pena, aquilo que já me causou amor. Vida que segue. E segue com um futuro aberto à frente pois, simplesmente, mereço. Plantei o bem e já tenho colhido muito dele. Ainda vem mais! Muito mais. E será partilhado com quem venha disposto a desposar sua própria vontade de amar. A quem chegue querendo estender tudo que for luminoso e puro, bom e leve, plural! Bem vindo aquele que, em tardes como a de hoje, também despiria os pés e os colocaria na relva ao meu lado.


28/01/2017

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