Na boca, a minha, todas as respostas certas. Esperei ouvir,
no entanto, da tua. A noite cai estranhamente fria. Não há luar algum. E até
mesmo o universo despertara em fúria derrubando árvores sobre a cidade. A
tempestade veio e não pretende partir hoje. Soltaste aos remos antes de
completares a primeira onda, desistindo previamente do mar que dizias querer
voltar a ver. Foi o destino testando tuas palavras vazias. Foi a exatidão do
nada, a precisão dele e sua inútil confirmação. E todas as respostas querendo
esvaziar tua boca, morreram sós e sem valia. Não as tens. Nada tens, nada! E
nada perco, assim sendo; assim sendo eu mesma aquela que quer da vida o pulso,
a noite adentrada ao largo, o leito ocupado e quente, a boca salivando o
próximo encontro. A vida só se justifica superlativa. Enquanto dás voltas e
mais voltas e mais voltas orbitando planeta desabitado, abraço as respostas que
tenho mais convicta do que nunca e elas me aquecem! Não tens mais nem mesmo
palavras boas que te pudessem fazer alguma companhia. Tens silêncios, nada
mais.
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