Quando
estás, há névoa pairando sobretudo. E é como se estivessem, estes olhos de
breu, se afastando feito barcos de um cais que desabou. Procuram ver mas não
podem. A névoa encobre os contornos, indefinindo paisagem. E qualquer vento
brando leva mais longe. Quando estás há esta neblina espessa sobre tudo. Algo
que não nomeio nem quero. É. É assim – asas acabam por alimentar aos ventos
também. Agora cai por sobre a pedra um jorro de águas acumuladas. Águas
passadas do solo às alturas por força do fogo implacável do sol. Observo como
se acinzenta o fim do dia. Vais longe agora...e volto a ter nitidez no que
miro. Como tem sido clara a tua ausência, como tem sido pouco o que restou – um
quase nada. Como esse raio ínfimo de sol que insiste em varar fresta de nuvem,
para que?
Necka
Ayala
Janeiro/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário