Seguidores

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Névoa

Quando estás, há névoa pairando sobretudo. E é como se estivessem, estes olhos de breu, se afastando feito barcos de um cais que desabou. Procuram ver mas não podem. A névoa encobre os contornos, indefinindo paisagem. E qualquer vento brando leva mais longe. Quando estás há esta neblina espessa sobre tudo. Algo que não nomeio nem quero. É. É assim – asas acabam por alimentar aos ventos também. Agora cai por sobre a pedra um jorro de águas acumuladas. Águas passadas do solo às alturas por força do fogo implacável do sol. Observo como se acinzenta o fim do dia. Vais longe agora...e volto a ter nitidez no que miro. Como tem sido clara a tua ausência, como tem sido pouco o que restou – um quase nada. Como esse raio ínfimo de sol que insiste em varar fresta de nuvem, para que?

Necka Ayala

Janeiro/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário