E
ele disse: pensa nisso: será apenas um equívoco ou um ato de legítima covardia?
Será apenas um desvario ou uma escolha pela maldade pura e simples? Será só um
tempo de cegueira ou o fel permanente naqueles olhos? Olha onde estás agora. E
olha onde está o que tanto querias. O que tanto querias foi vítima ou é, na
realidade, capaz da mais cruel atitude de salvar somente a si? Pensa nisso:
será que tudo foi um sintoma que revelou a enfermidade ou é a enfermidade em
pessoa? Não terão teus olhos desejado ver luz onde só havia a projeção imitada
dela? Não terá teu coração encantado e puro almejado ver amor onde só existia o
arremedo dele? Vê onde estás agora: livrando tua alma dos pesos que trazia, por
amar a quem só ama e tem apreço pelo que vê diante do espelho. Aquilo que tanto
querias não é capaz de amar, não de verdade! Não ama nem mesmo à verdade. Ama
ao que é material e tem data marcada para ruir. Venera ao que não tem valor
algum na eternidade. Cultiva ao que os mais rentes ao chão e abaixo dele
cultivaram antes e se perderam. Pensa nisso: enquanto buscaste elevar, somar, evoluir
e oferecer o mesmo àquelas mãos, recebeste o oposto. Então, olha para onde
estás, cercada de inúmeros que querem mesmo que cresças e alcances ao teu sol. Confia
e segue: a tua luz brilhará em breve, estarás acompanhada de todos que
ascendem, tens muitas companhias em tua caminhada. E deixa na escuridão, no
silêncio e na solidão da própria insanidade quem escolheu e chamou por ela. Aquele
que semeia ventos, colherá imensas tempestades — e estará só quando cair sobre
sua cabeça, o peso irreversível do dar-se conta do que fez, pois nada pesa e fere
mais do que arrepender-se.
Sessão
de Hoje.
16/01/2017
“Se
eu quiser falar com Deus, tenho de lamber o chão dos castelos suntuosos do meu
sonho”. . . Gil em sua infinita sabedoria.
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