Achei
que era frio. Cobri os pés. Não era. Puxei cobertas e me aconcheguei aninhada.
Seguia frio. Tremia. A garganta doía. Fechei janelas, fiz chá, abriguei o
corpo. Não era. Algo desassossegado ficava ali, tremendo junto. Achei frio.
Ventava fora. Vi árvores cedendo. Esperei. Mas faltava algo que se entrelaçasse.
Que aquecesse a cabeça. Faltava algo, achei que era frio. Os lábios gelados, a
ponta do nariz e tudo tenso, cada músculo. Não soltava de mim. Faltava algo e
seria perto, colado. Fechei os olhos. Vi então que era saudade. Era saudade.
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