Uma boca pequena
Que não diz palavra
Que não muda nada
Que não vem aqui
Se faz tão serena
Quando se afasta
Que não vale a pena
O nada que perdi
Sempre de mãos frias
E perdidas seguem
Pela madrugada
Abraçando o não.
Dorme desistindo
De encontrar seu sonho
Futuro medonho
trava no portão.
Uma voz amena
Que a nada entoa
Vai levando à toa
Até chegar o fim
Essa vida rasa
Que abandona a casa
Que no desapego
Desprendeu a si
A tudo refila
A todos se troca
Sempre mais um trecho
hora de fugir
da luz do espelho
da verdade nua
e a lua lá fora
não deixa dormir.
Necka
09/06/2017
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