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domingo, 29 de outubro de 2017

Camaleoa

A moça tinha nos olhos
Olhar de camaleão
Mudando todas as cores
Conforme seu coração
Sentia medo ou encanto
Levezas ou dissabores
E sobre a pele dos lábios
O sal, o amargo ou o doce.

No corpo uma veste branca
Qual fosse uma aparição
A dona da liberdade,
Das asas, da imensidão
Levava consigo a tudo
E nada tinha a perder
A moça que tinha ao mundo,
No fundo só pra esquecer.

Era uma vez madrugada
Encurralada no frio
Inesperada e chegada
A moça adentrou ao rio
Embriagada tentava
Compreender o que viu
Fora feliz sem aviso
Fez as malas e partiu.

Ela jamais se apegava
Não podia enraizar
Nem mesmo a felicidade
Se estiver num só lugar.
A moça era dos ventos
E os ventos não tinham par.
Seus olhos enfim pararam
Pra sempre na mesma cor
E dentro, peito calado
Sem um único sabor
Agora percorre mundo
E nunca encontra a si
A moça tem liberdade
E nunca mais foi feliz.

29/10/2017








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