Do início ao fim
Do chão ao céu
Tudo se deu
E se encantou
E duvidou
E se perdeu
Primeiro ardeu
Incendiou
E aqueceu
Mas veio o frio
Então dormiu
A luz no breu.
Do não ao sim
Eu fui de mim
o apogeu
e a quarta-feira
derradeira
amanheceu.
Do vôo ao solo
O eco então
Emudeceu
Na tua voz
Que renegou
O que me prometeu.
Do lábio à lágrima
Regou o que morreu.
O azul nem sempre azul
Do olho enegreceu.
O doce gosto das manhãs
Se adiou,
E desistiu, e separou,
E esqueceu.
Do início ao fim
Eu fui você
Hoje sou eu.
Passou da hora
A hora H — o tempo suspendeu.
Necka Ayala
07/10/2017
Samba
Há várias versões sobre o mito
de Prometeu, herói da mitologia grega. Seu nome significa
‘premeditação’. E é realmente o que este titã mais pratica: a arte de tramar
antecipadamente seus planos ardilosos, com a intenção de enganar os deuses
olímpicos. Ele era filho de
Jápeto e de Ásia. Uma outra vertente menos significativa aponta como pais de
Prometeu a deusa Hera e o gigante Eurimedon. Este deus
foi o co-criador, ao lado de Epimeteu, da raça humana, e a ela também se
atribui o furto do fogo divino, com o qual presenteou a Humanidade.
Amigo de Zeus,
o ardiloso Prometeu ajudou o deus supremo a driblar a fúria de seu pai Cronos,
o qual foi destronado pelo filho. O dom da imortalidade não o impediu de se
aproximar demais do Homem, sua criação – de acordo com algumas histórias, ele o
teria concebido com argila e água, depois que seu irmão esgotou toda a
matéria-prima de que dispunha com a geração dos outros animais, e lhe pediu
auxílio para elaborar a raça humana.
Ele concedeu ao ser humano o poder de pensar e
raciocinar, bem como lhes transmitiu os mais variados ofícios e aptidões. Mas
esta preferência de Prometeu pela companhia dos homens deixou o enciumado Zeus
colérico. A raiva desta divindade cresceu cada vez mais quando ele descobriu
que seu pretenso amigo o estava traindo.
O titã matou um boi e o fracionou em dois pedaços,
ambos ocultos em tiras de couro; destas frações uma detinha somente gordura e
ossos, enquanto a carne estava reservada para o pedaço menor. Prometeu tentou
oferecer a parte mínima para os deuses olímpicos, mas Zeus não aceitou, pois desejava
o bocado maior. Assim sendo, o filho de Jápeto lhe concedeu este capricho, mas
ao se dar conta de que havia sido ludibriado, Zeus se enfurece e subtrai da
raça humana o domínio do fogo.
É quando Prometeu, mais uma vez desejando favorecer a
Humanidade, rouba o fogo do Olimpo, pregando uma peça nos poderosos deuses. Já
outra versão justifica essa peripécia de Prometeu como uma forma de obter para
a raça humana um elemento que lhe garantiria a necessária supremacia sobre os
demais seres vivos.
O fato é que Zeus decidiu punir Prometeu, decretando
ao ferreiro Hefesto que o prendesse em correntes
junto ao alto do monte Cáucaso, durante 30 mil anos, durante os quais ele seria
diariamente bicado por uma águia, a qual lhe destruiria o fígado. Como Prometeu
era imortal, seu órgão se regenerava constantemente, e o ciclo destrutivo se
reiniciava a cada dia. Isto durou até que o herói Hércules o libertou, substituindo-o no
cativeiro pelo centauro Quíron, igualmente imortal.
Zeus havia determinado que só a troca de Prometeu por
outro ser eterno poderia lhe restituir a liberdade. Como Quíron havia sido
atingido por uma flecha, e seu ferimento não tinha cura, ele estava condenado a
sofrer eternamente dores lancinantes. Assim, substituindo Prometeu, Zeus lhe
permitiu se tornar mortal e perecer serenamente. Este belo mito foi
transformado em célebre tragédia pelo poeta grego Èsquilo, no século V a.C,
intitulada Prometeu Acorrentado.
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